sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Os Peixes soltos após serem pescado, sobrevivem?


Há vários estudos que dizem que sim. Entre eles um feito no Brasil pelo IBAMA/CPTA que em conjunto mostrou que a sobrevivência dos peixes soltos é de mais de 90% e que em no máximo em 15 dias os peixes estão completamente curados dos ferimentos da pesca.
O estudo enfatiza que para garantir que o peixe capturado sobreviva depois de solto é preciso que os pescadores utilizem os equipamentos adequados e tenham cuidados com os animais.
Os principais fatores são evitar “lutas” muito longas para não cansar demais os peixes, retirar rapidamente o anzol e de preferência com o peixe ainda na água, não pegar os peixes com mãos secas, panos ou materiais que possam retirar o muco de seu corpo e só liberar os peixes depois deles mostrarem sinais de recuperação.
O estudo enfatiza que “Apesar de as injúrias ocorridas em uma pescaria serem as mais imprevisíveis, quando o peixe é manuseado de forma a provocar o mínimo de injúria a sua recuperação é mais rápida e, após a liberação, ele terá melhores condições para se defender contra os agressores com quem convive no mesmo ambiente.”
Os pesquisadores complementam ainda que mesmo em lugar que tem muita piranha, os peixes quando liberados completamente recuperados têm altas taxas de sobrevivência.

Pesque e solte para pescar sempre!

Dicas para se reduzir o estresse do peixe no pesque-e-solte:

1 – Utilize tralha de pesca compatível com a espécie e o tamanho de peixe que se pretende capturar;
2 – Deixe toda a tralha necessária para o pesque-e-solte ao seu alcance, pois isso é fundamental para devolver o peixe rapidamente para a água, reduzindo o estresse de captura;
3 – Pesque com anzol, sem farpa, para facilitar a soltura do peixe;
4 – A utilização do alicate de contenção facilita a retirada do anzol da boca do peixe, o que reduz o tempo de sua devolução para a água, diminuindo o estresse e evitando acidentes;
5 – De preferência, retire o anzol da boca do peixe mantendo-o na água;
6 – Molhe as mãos quando for segurar o peixe. Mãos secas, panos,toalhas e papel retiram o muco, que é a primeira barreira contra doenças;
7 – Não toque nas brânquias (guelras) dos peixes, pois esse órgão faz parte do sistema respiratório e, devido a sua fragilidade, pode ter filamentos das lamelas que compõem os arcos branquiais rompidos, dificultando a manutenção da homeostase e favorecendo a manifestação de agentes patogênicos;
8 – No caso do peixe engolir o anzol, não tente retirá-lo puxando pela linha ou enfiando o dedo na sua garganta, corte a linha rente à boca do peixe e solte-o;
9 – No caso de retirar o peixe da água, devolva-o o mais rápido possível, não passando de um minuto entre a retirada da água e a sua devolução;
10 – Não jogue o peixe de volta à água. Segure-o suavemente na posição horizontal pela nadadeira dorsal ou apoiando pelo ventre, sempre no sentido da boca voltada contra a correnteza, até que saia nadando normalmente;
11 – Evite sempre segurar o peixe pelo pedúnculo caudal (rabo);
12 – O peixe somente deve ser solto quando completamente recuperado. Caso esteja sem reflexo ou com o equilíbrio abalado, poderá tornar-se alvo fácil de predadores ou se deixar levar por correntezas, chocando-se contra pedras, galhos ou outros obstáculos.
Para ler o estudo completo, acesse:

Renascimento da ANEPE


Matéria:
Pesca & Cia

A voz da pesca esportiva
Com o renascimento da Anepe, o setor ganha mais força representativa diante do Governo Federal. Mudanças devem acontecer em 2011


Por: Lielson Tiozzo
Foto/Ilustração: Alex Koike
Publicado em: 12/2010

Agora não tem mais desculpa. Se a regulamentação da pesca amadora até então deixou de ser feita da maneira como todos esperam, por falta de uma voz ativa perante o Governo Federal, esse problema já foi superado.
Isso é o que garantiram os formadores da Associação Nacional de Ecologia e Pesca Esportiva (Anepe) durante o I Encontro do Setor de Pesca Esportiva, em São Paulo, que marcou o “renascimento” da entidade depois de cinco anos.
O contexto para o anúncio de que agora o setor tem mais força representativa não poderia ser dos melhores.

O Ministério da Pesca e Aqüicultura (MPA) passou a gerir a pesca amadora e há poucos meses sedeu o I Encontro Nacional da Pesca Amadora, em Brasília. “Foi uma feliz coincidência”, define o presidente da Anepe, Helcio Honda (foto ao lado).
Com o maior interesse governamental e o surgimento de uma associação que reúne as grandes forças do segmento, as negociações tendem a ficar mais fáceis e as reivindicações podem ser atendidas com rapidez.

A Anepe se coloca como a “interlocutora” do mercado diante do Governo e promete “fazer todas as cobranças”.
“Faltava uma entidade que tivesse um discurso único a respeito do valor da pesca amadora para o País. Agora o Governo, como um todo, já sabe quem representa o setor”, destaca o chefe de divisão do MPA, Armando Quixadá.
O primeiro objetivo comum da parceria entre Anepe e MPA é a criação de um novo marco regulatório da pesca amadora.

Por enquanto, o ministério colheu dados por meio de pesquisas e da emissão das licenças de pesca, que antes era de responsabilidade do Ibama.
“Agora temos que trabalhar em conjunto dentro de um grupo fechado no MPA. Nossa intenção é apresentar ao Governo Federal a pesca esportiva como grande fomentadora da economia e da inclusão social no Brasil”, afirma Honda.
Um novo encontro deve se realizar em Brasília para definição e execução dos planos discutidos no Encontro Nacional. A expectativa é de que em 2011 muitas mudanças já sejam feitas.
Anepe (Associação Nacional de Ecologia e Pesca Esportiva)
A Anepe é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, que foi fundada 2005 por pescadores esportivos e empresários.
O objetivo inicial foi realizar torneios de pesca, mas a entidade cresceu e agora tem a missão de: “incentivar a prática da pesca esportiva, na modalidade pesque-solte, promover o desenvolvimento socioeconômico pela interação entre o mercado da pesca esportiva, o ecoturismo e segmentos a eles relacionados e estimular a defesa, preservação e conservação do meio ambiente, por meio de ações voltadas à inclusão social de forma sustentável”.
Mais informações sobre a Anepe, bem como o estatuto da associação, o quadro diretivo e como associar-se podem ser encontradas por meio do site:


www.anepe.org.br

*Todos detalhes e a reportagem completa sobre o renascimento da Anepe você confere na edição 193, de janeiro